quarta-feira, 20 de março de 2013


Cidade do Povo, uma obra 

do tamanho de um sonho

José Bernardo, o Panelada, é uma liderança comunitária que mora no Jardim Primavera. É, certamente, uma das pessoas que mais bem conhece os bairros e a periferia de Rio Branco. Também é conhecido no segmento pela forma simples de abordar coisas sérias. Exerce sua veia cômico-poética alimentando um blog (http://paneladarb.blogspot.com.br).

Com o jeito humilde, Panelada foi uma dos mais aplaudidos no ato que marcou o início das obras da Cidade do Povo, empreendimento que construirá 10.518 casas até o fim de 2014. Com a voz rouca pelos anos de tabagismo, Panelada não falou difícil - proferiu palavras singelas, mas de uma profundidade impressionante.

Foi dele a frase: "O governo do Estado do Acre começa a dar a alforria aos cativos do aluguel". Provavelmente, o líder comunitário exagerou na dose - afinal, sempre haverá pessoas dependendo de aluguel, e a questão habitacional permanecerá na pauta por muito tempo.

Mas Panelada foi contaminado pela alegria de ver nascer uma cidade que, sem sombra de dúvida, será um passo largo para zerar o déficit de habitação no Estado, assegurando um lar digno a milhares de acreanos e acreanas.

Tanta euforia de Panelada tem explicação: as pessoas que enfrentaram o caminho coberto por lama, num dia em que o céu nublado prenunciava chuva, tiveram o privilégio de participar de um ato histórico.

Quem foi ao lançamento das obras presenciou a lavratura da certidão de nascimento de uma nova cidade. Uma Cidade do Povo pensada como a semeadura de um marco social, de esperança e cidadania para pessoas que sonham com a casa própria.

Tive o privilégio de ver o projeto da Cidade do Povo nascer. Foi gerado a partir da determinação, da vontade e do compromisso do governador Tião Viana, combinados com a sensibilidade do governo federal e a confiança da iniciativa privada.

Foram muitas reuniões, idas a Brasília e entraves ao longo do caminho para que o projeto saísse do papel para a realidade. Mas o respeito e a credibilidade do governador e do Acre perante o governo federal foram fundamentais para captar os recursos e sensibilizar as autoridades da capital da República, em particular à presidenta Dilma Rousseff, sobre a viabilidade de executar um projeto inovador e pioneiro dentro do programa Minha Casa, Minha Vida.

Para a construção das mais de 10 mil moradias, será investido R$ 1,1 bilhão. E não se consegue um volume de recursos desse tamanho sem respeito e credibilidade. O Acre, desde 1999, quando Jorge Viana assumiu o governo, fez a transformação política. É hora de fazer a transformação econômica, com geração de renda e oportunidades. Esse é o desafio imposto por um novo tempo. Pelo século 21.

É com esse espírito, e ciente da necessidade de transformar a economia, gerar renda e oportunidades, que o governo investe em setores básicos. A Cidade do Povo tem previsão para gerar 15 mil empregos diretos. Somente no setor de marcenaria serão produzidas mais de 80 mil portas e janelas. É muita coisa!

Mas a Cidade do Povo não é apenas tijolo, cimento, areias, brita e demais insumos. Construir somente casa é fácil para que tem a técnica. De 2010 a 2012, foram 7.514 entregues pelo governo do Acre.

Na essência, a Cidade do Povo revela o sentimento de um governador e de um governo que têm compromisso com a sustentabilidade ambiental e social. Que não aposta na construção de imóveis apenas como abrigo, mas como recanto de cidadão com as mais diversas opções de cidadania, com escolas, lazer, segurança, saúde e perspectivas de crescimento pessoal e familiar.

A Cidade do Povo, como bem disse o governador Tião Viana, "é a edificação do sonho de um Estado inteiro, de uma sociedade do tamanho daquilo que sonha".

É o resultado da união do governo e da sociedade com a iniciativa privada, por meio de 13 empresas. É algo que demonstra a importância que instituições financeiras do gabarito do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal têm com o país e com o Estado.

O Acre e os acreanos sempre sonharam grande, por isso realizaram muito. Ainda somos eternos sonhadores, o que nos motiva a ousar permanentemente.

Enquanto caminhava no meio da lama e dos descampados, sonhava com a cidade que vai nascer. Lembrei a odisseia que foi a construção de Brasília. Lembrei que somente os revolucionários e os grandes homens conseguem deixar o legado para a história.

Lembrei o décimo sexto presidente americano, Abraham Lincoln, que conduziu seu país para a paz com prudência e firmeza em meio a uma guerra civil que ceifou mais de 600 mil vidas. Lincoln teria dito: "Não tenho outra ambição tão forte quanto a de ser estimado por meus próximos, tornando-me digno de sua estima. Até onde serei capaz de realizar essa ambição ainda está por se revelar".

Ser estimado por seu próximo é o que todo governante quer. Mas, para que isso ocorra, é necessário trilhar o caminho do trabalho, da humildade e do contato permanente com o povo. É a simplicidade, na prática, que os torna grandes.

"A política é a face do coração." A frase eu ouvi de Tião Viana. Essa face foi mostrada sem qualquer maquiagem no início da obras da Cidade do Povo. Como diria o escritor colombiano Gabriel García Marquez, é bom demais viver para contar.

O pior é que ainda existe uma oposição iracunda que não enxerga o óbvio: o povo não aceita na sua casa aqueles que apostam na melancolia e no caos para atingir seus objetivos.

Esse tipo de gente esquece que é pela posteridade que se ganha a batalha do tempo. São lembrados por seus feitos aqueles que se colocam a serviço das ideias que têm mais chance de triunfar.

A Cidade do Povo é um feito sem igual em nossa história, e aqueles que a conceberam triunfarão e serão lembrados por essa e pelas gerações futuras.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Prefeito é para trabalhar

Faz duas semanas que os prefeitos eleitos em outubro tomaram posse em meio à expectativa geral dos cidadãos e cidadãs. Cientes das suas responsabilidades, alguns focaram em suas missões e estão procurando trabalhar em meio a um cenário de muita dificuldade.

Mas, se há aqueles que se esforçam para ajustar a máquina e planejar o futuro, infelizmente há outros que continuam olhando pelo retrovisor, procurando nos antecessores culpa pelos seus potenciais fracassos.

Em tão pouco tempo é fácil diferencia quem tem chance de transformar compromissos de campanha em realizações e em sucesso de quem está fadado ao fracasso.

Caminham a fracassar aqueles que assumiram preocupados com os erros do seu antecessor. A história é recheada de casos insucessos daqueles que insistiram em adotar tal postura. Basta relembrar, refletir e não repetir.

Orientados por lideranças oposicionistas raivosas e órfãs da menor capacidade de gestão, esses prefeitos perdem-se em discursos improdutivos como se justificassem o fracasso antecipadamente.  
O homem público que prometeu o céu na terra em campanha não pode adotar como hobby criticar quem saiu. Essa estratégia pode dar certo por alguns dias, mas logo vai ao solo. E a população vai cobrar.
Essa população não demora para entender que os ataques são a admissão da irresponsabilidade de quem prometeu sem conhecer a realidade e, diante do mundo real da gestão, não pode cumprir o que vociferou no palanque.

Gestão pública pressupõe o mínimo de conhecimento técnico e político. Nossos municípios são pobres, não aguentam maus gestores e sofrem os efeitos dos péssimos políticos. Não comportam interesses individuais acima dos coletivos.

Acompanho a política do Acre há muitos anos. Vi muitas coisas. Vi Jorge Viana assumi a prefeitura de Rio Branco completamente sucateada e desmoralizada. Vi Raimundo Angelim assumi a mesma prefeitura ainda mais destruída.

Jorge Viana e Raimundo Angelim não perderam um minuto dos seus mandatos para criticar a aqueles que saíram. Desde o primeiro dia trabalharam muito. E foram bem-sucedidos.

Alguém lembrar de como o mesmo Jorge Viana assumiu os destinos do Estado do Acre?

Fato é que não é prática da Frente Popular assumir olhando para o retrovisor. As lideranças olham os erros do passado apenas para não repeti-los.  O olhar dos seus lideres está sempre muito atento ao para-brisa da história. Eis o motivo do sucesso.

Por não perder tempo criticando o passado, a Frente Popular não pode aceitar passivamente os ataques dos oposicionistas aos seus ex-prefeitos. É o momento de ter  posicionamento politico sobre o comportamento dos prefeitos que estão reclamando.

É fundamental demonstrar que aqueles que assumiram e estão há duas semanas criticando descobriram mais cedo do que esperavam que não têm condições de pôr em curso o que prometeram.

Usando a linguagem popular, essas pessoas não podem esquecer que quem casa com a viúva, obrigatoriamente leva os filhos.

Diante de um quadro desses, nós, que moramos na capital, devemos agradecer muito à maioria da população que elegeu o petista Marcus Alexandre.

Em campanha, Marcus Alexandre percorreu mais de cem bairros e setecentos quilômetros. Tudo a pé. Não está sendo diferente como prefeito.

Marcus Alexandre é daqueles que acordam cedo e dormem tarde. Junto com o governador Tião Viana, o prefeito caminha para fazer muito por Rio Branco. Os prefeitos deveriam buscar inspiração nessa dupla.

Tião Viana, aliás, antes de os gestores serem empossados, convido-os para celebrar um pacto pela conciliação regional. Abriu as portas do governo para quem pretende trabalhar de forma honesta e pautado em parcerias claras, cuja preocupação seja o bem da sociedade.  

Para finalizar uma reflexão: se a oposição no interior perdeu os primeiros dias atacando e falando coisas desconectadas da realizada, imagine como Rio Branco estaria se o raivoso candidato oposicionista tivesse vencido!

Com a boca grande, ele ocuparia o tempo falando muito mal de um prefeito que deixou a prefeitura após oito anos muito bem avaliado.

Certamente, a exemplo dos seus aliados, teria esquecido que prefeito é eleito para trabalhar, e muito. Seria acometido de “amnésia“ e não lembraria que a eleição acabou e que passa da hora de descer do palanque. 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Começou o segundo tempo...



É inevitável comparar a política à uma partida de futebol ou outros esportes coletivos, como o voleibol.

Sim, a política é um emocionante jogo que exige estratégias, técnicas, garra, táticas com o objetivo maior de conquistar o troféu do poder.

Para o Governo do Povo do Acre, liderado pelo governador Tião Viana, o primeiro tempo desse emocionante jogo acabou no dia 31 de dezembro do ano passado.

O ano finalizado marcou o término dos dois primeiros anos de uma administração que iniciou em janeiro de 2011 recheada pela incerteza de futuro para uns e pela convicção da oposição de que os dias da coligação chamada Frente Popular estavam contados.

Tanta convicção oposicionista não era sem fundamento. Eles tinham obtidos resultados expressivos em 2010. Elegeram um senador e por muito pouco não ganharam o governo do Estado.

A simples expectativa de chegar ao poder, porém, despertou nos adversários o vírus nefasto da arrogância e do já ganhou. Esse foi o principal de tantos outros erros.
Essa arrogância, combinada com o festival de interesses particulares, fez com que os oposicionistas não enxergassem as mudanças na forma de conduzir o Estado e do fazer política, a partir da posse de Tião Viana como governador.

Desde o primeiro dia de 2011, Tião Viana adotou um ritmo frenético. Somente naquele ano foi 100 vezes aos municípios acreanos. Em 2012 foi mais de 120 vezes, sempre levando investimentos para cada localidade.

À frente do governo, Viana atacou problemas considerados chaves e que serviam de discurso para os adversários, como  a produção e investimentos nos bairros periférico, por meio do Programa Ruas do Povo.

As apostas em projetos e programas ousados, combinado com a presença constante perto da população, fizeram o resgaste e a reconciliação da Frente Popular com a maioria dos cidadãos e cidadãs acreanos. Tanto fizeram que, em pesquisas feitas para o consumo interno, o governador aparece com a aprovação de 90%, sendo a maior do Brasil, segundo o cientista politico Marcos Coimbra.

Os resultados esperados foram confirmados nas eleições de 2012, quando o quadro, inicialmente desfavorável, revelou-se positivo ao término dos pleitos municipais.
Abertas as urnas, a Frente Popular saiu-se vitoriosa em municípios que correspondem a quase 70%  do eleitorado acreano, com destaque para Rio Branco, onde está concentrado o maior percentual de eleitores do Acre.

Vencer em Rio Branco trouxe um significado especial, principalmente porque em 2010 os adversários saíram-se vitoriosos naquela disputa.

Ganhar na capital com a aposta do novo personificado do jovem engenheiro civil Marcus Alexandre fez renascer o espirito militante e trouxe a certeza de que um projeto pode ser renovado, desde que esteja com os pés bem assentados no chão e a cabeça atenta às mudanças esperadas pela sociedade.

Os números confirmam que o primeiro tempo do jogo foi vitorioso. Mas ainda faltam dois anos de um governo super bem avaliado, que são o segundo tempo.
Animados com o êxito preliminar, não podemos perder de vista que o sucesso do passado não garante a mesma sorte no futuro, a não ser a responsabilidade de tentar ser melhor do já se é, como ensina no livro “Transformando suor em ouro”, o supercampeão de voleibol, Bernadinho Resende.

As nossas responsabilidade são dos tamanhos dos nossos êxitos. Nesse segundo tempo do jogo político e necessário estarmos vigilantes, jogando o jogo da humildade, da proximidade com a população e sempre atentos para combater os ataques à honra contra o nosso governo e à nossas lideranças.

Essa vitória momentânea nos obriga a jogar com mais garras para continuarmos vitoriosos. Temos na pessoa do governador Tião Viana um treinador que não gosta de jogar na retranca. Que usa o ataque como o melhor instrumento de defesa. É o exemplo a ser seguido.

Por fim, cabe citar novamente o treinador Bernadinho, que diz: “Um time não é formado pelos melhores, e sim pelos jogadores certos”.

Vamos ao jogo!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Artigo

A oposição e o seu
realismo nada fantástico
“Eu Não Vim Fazer Discurso” é um livro que reúne várias manifestações públicas do escritor colombiano Gabriel García Marquez. Os textos são ótimos, mas um deles, produto de um discurso feito em Caracas, capital da Venezuela, em maio de 1970, chamou a minha atenção por ser comparado ao realismo fantástico que alguns políticos, setores da imprensa e minúsculos segmentos tentam fazer a população acreana crer.
García Marquez falou sobre uma ideia que tinha em mente e que poderia ser transformada em um livro. Não posso afirmar se o livro de fato saiu.

Segundo ele, o enredo aconteceria num pequeno povoado, onde uma velha senhora teria dois filhos - um de dezessete anos e outros de quatorze.

Certo dia, ao acordar, a mulher teria dito:

- Não sei, mas amanheci com o pensamento de que alguma coisa muito grave vai acontecer neste povoado.

Os filhos riram e saíram. Um deles foi jogar bilhar, e, na hora que ia fazer uma jogada simples, um adversário provocou:

- Aposto um peso como você não consegue. Todos riram, ele riu, mas não conseguiu efetuar a jogada.

O filho pagou a aposta e ouviu a pergunta:

- O que será que aconteceu, se era uma jogada tão simples?

Ele respondeu:

- É verdade, mas fiquei preocupado com o que a minha mãe me disse essa manhã sobre alguma coisa grave que vai acontecer neste povoado.

O que ganhou a aposta voltou para casa e disse para seus familiares:

- Ganhei esse peso de maneira mais simples porque ele é um bobão.

Sua mãe perguntou:

- Bobão por quê?

A resposta:

- Ora, porque não conseguiu fazer uma jogada simples, estorvado de preocupação porque a mãe dele amanheceu hoje com a ideia de que alguma coisa muito grave vai acontecer neste povoado.

Então a mãe diz:

- Não deboche dos pressentimentos dos velhos porque às vezes acontecem.

Outra parente que ouviu a conversa saiu para comprar carne e disse ao açougueiro:

- Quero meio quilo de carne.

No momento em que ele estava cortando, ela acrescentou: - Ou melhor, me dê logo um quilo, porque estão dizendo por aí que alguma coisa grave vai acontecer, e é melhor estar preparada.

O açougueiro entregou a carne e quando chegou outra senhora para comprar meio quilo, disse:

- É melhor levar um quilo porque o pessoal está dizendo que alguma coisa grave vai acontecer, e está todo mundo se preparando, comprando coisas.

Então a mulher respondeu:

- Tenho vários filhos; olha aqui, é melhor me dar logo dois quilos.

Em meia hora o açougueiro vendeu todo o estoque, matou outra vaca, vendeu tudo, e o rumor foi aumentando.

Até que chegou o momento em que todos do povoado ficaram esperando que alguma coisa acontecesse. As atividades foram paralisadas e, de repente, às duas da tarde fez o calor de sempre. Alguém comentou:

- Vocês estão percebendo o calor que está fazendo?

- Mas aqui sempre fez calor, disse outro.

Uma terceira pessoa arrematou:

- Mesmo assim nunca fez tanto calor a essa hora.

No povoado, na praça deserta, baixou de repente um passarinho, e correu a voz:

- Tem um passarinho na praça.

E todo mundo foi, espantado, ver o passarinho.

- Mas, meus senhores, sempre houve passarinhos que pousam na praça.

- Pois é, mas nunca nessa hora.

A tensão no povoado aumentou e, como não podia deixar de ser, cresceu o desespero para ir embora, mas ninguém tinha coragem.

- Eu, sim, sou muito macho, gritou e um deles, e vou embora.

O corajoso pegou seus móveis, seus filhos, seus animais, meteu tudo numa carreta e atravessou a rua principal onde o pobre povo ficou vendo aquilo. Até o momento em que disseram:

- Se ele se atreve a ir embora, pois nós também vamos. E começaram a desmontar o povoado. Levaram embora as coisas, animais, tudo.

Um dos últimos a abandonar o povoado disse:

- Que não venha uma desgraça cair sobre o que sobra da nossa casa. E então incendiou a casa, e outros incendiaram outras casas.

Todos fugiram. No meio deles ia a senhora que tivera o presságio, clamando: - Falei que alguma coisa muito grave iria acontecer e disseram que eu estava louca.

A história contada há quase 42 anos parece muito com o comportamento da oposição no Acre. Sem rumo, sem proposta e sem credibilidade, os opositores apostam nos rumores, boatos e mentiras para tentar plantar o sentimento de que algo muito grave acontece no Estado.

Diariamente, eles trabalham para proclamar um caos que não existe, esquecendo-se, propositalmente, dos avanços experimentados no Acre nos últimos anos.

Sob a governança da Frente Popular, o Acre ganhou um rumo. Passou estar afinado com a boa política e a diminuir o fosso histórico entre o real e o discurso.

Citando outra obra de García Marquez, o Acre rompeu mais de 100 anos de solidão e de descompasso patrocinado por políticos que se preocupavam muito mais com os seus negócios particulares do que com o bem-estar da sociedade.

Agora, no ano em que completa 50 anos como Estado, o Acre vive um novo tempo. As perspectivas são as melhores. Chegou o momento da afirmação econômica com combate às desigualdades.

O governador Tião Viana terminou o primeiro ano de mandato com aprovação popular invejável. Conseguiu ampliar o diálogo com os diversos setores e demonstra a cada ação que fez a opção pelos mais humildes.

Os desafios são grandes. Mas estão longe do realismo fantástico pregado pela oposição.

Ninguém que sair e ir embora. O momento é de continuar a construção à altura dos nossos sonhos.

Ninguém veio apenas para fazer discurso. A população acreana está vendo e aprovando.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Artigo

BR-364, a epopéia perto do fim

Seria bom demais se todos os acreanos tivessem a oportunidade de viajar pela BR-364 de Rio Branco a Cruzeiro do Sul nesses dias em que homens e máquinas trabalham em simbiose com a história da integração.


O ritmo é intenso e frenético como devem ser as histórias de desafios e conquistas.

Se tivessem essa oportunidade as pessoas poderiam tirar conclusões mais precisas e não correriam o risco de ser contaminadas pelos discursos de oportunistas que tentam semear dúvidas e criar factóides.

Vendo toda a movimentação, o cidadão e a cidadã ficariam livres do letal vírus trazido por com quem faz o uso das inverdades para escamotear os seus interesses políticos e eleitorais.

Esta semana tive a oportunidades de percorrer os mais de 600 quilômetros que separam a capital do Acre de municípios históricos e importantes como Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul. Fui e vim de carro.

Essas e outras cidades são vitimas, durante décadas, do isolamento sempre que as chuvas do inverno amazônico caem com a força plena.

São meses de solidão e sofrimento de um povo que foi obrigado a crescer e a desenvolver um jeito próprio de sobreviver e de construir relações e cidadania.

Quem olha os mais de três mil trabalhadores e mais de mil máquinas movimentando-se num sincronismo com a necessidade da integração logo compreende que construir estrada numa região como a nossa é muito mais do que construir estrada. É uma epopéia.

É epopéia escrita com a capacidade para desenvolver uma tecnologia própria a fim de suprir a carência de pedra.

É epopéia composta de versos que rimam com o sacrifício de adquirir produtos na fronteira com a Colômbia durante o período de cheia dos rios para ser utilizados durante o verão.

É epopéia que carrega as letras de homens e mulheres corajosos que acreditam na capacidade de superar desafios a fim de integrar um Estado marcado por uma bela história de conquistas.

É epopéia iniciada na ousadia do presidente Juscelino Kubistchek, em 1960, que determinou a abertura da estrada, a partir de Limeira, no Estado de São Paulo.

Durante todos esses anos o sonho permaneceu vivo, mas a conclusão da obra sempre esbarrou na escassez de recursos e de vontade política.

Em Rondônia, estado bem aqui do lado, o asfaltamento da rodovia chegou em 1983. Na capital do Acre a integração terrestre com restante do país foi concretizada no dia 15 de março de 1992.

Integrada com o restante do país, maior cidade do Acre continuou apartada de vários outros municípios durante boa parte dos anos. Houve períodos em que o Estado foi governado por membros de partidos que hoje fazem oposição em que a estrada não era aberta nem durante o período de verão intenso.

O descaso e a falta de compromisso eram proporcionais ao tamanho das promessas não cumpridas pelos governantes.

A partir de 1995 o Acre passou a ser governado pelo cruzeirense Orleir Messias Cameli, que resolveu enfrentar os desafios, encontrou dificuldades e levou o asfaltamento até Sena Madureira.

A iniciativa Messias Cameli fez despertar o sentimento de que era, sim, possível, concluir a obra idealizada por Kubistchek.

Cameli foi sucedido pelo petista Jorge Viana, que não se intimidou diante do desafio à sua frente. Determinado, abriu frentes de trabalho e deu passos importantes para que o sonho permanecesse vivo durante os oitos anos em que governou o Estado.

Viana foi substituído pelo também petista Binho Marques, que encontrou condições mais favoráveis e acelerou o ritmo, investindo nas obras de artes subterrâneas e nas pontes sobre os principais rios que cortam a rodovia.

Marques passou o bastão para Tião Viana, que cumpre o quarto mandato de um governante do PT no Acre.

Tião Viana percorreu a estrada semana passada e gostou do que viu. Quem estava na sua comitiva também passou ter a certeza de que o sonho da integração está mais perto do que fora imaginado ainda no inicio da década de 1960.

Essa certeza aumenta quando se tem a oportunidade de participar de inaugurações como a da Ponte da União, que enfeita Cruzeiro do Sul. Não é apenas uma ponte: é um símbolo e a certeza de que sonhar combina com ousar e realizar.

A ponte e a estrada não são feitas apenas de concreto, cimento e asfalto. São construídas com a união e a credibilidade alcançada por uma geração de políticos capazes de transformar sonho em realidade.

É uma geração de político que obteve respeito nacional e tem apoio de personalidades da estatura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e da atual presidenta Dilma Rousseff.

É uma geração nascida no mesmo período em que Juscelino Kubistchek ousou iniciar a construção de tão importante rodovia. São senhores e senhoras na casa dos 50 anos de idade que mantêm a vibração de meninos.

No dia 30 de setembro, o governador Tião Viana deve anunciar a boa nova: a BR-364 nunca mais fechará durante o período de chuva.

Será um dos últimos atos dessa epopéia que caminha para um belo fim.

Nesse dia todos os acreanos verão essa bela poesia épica narrada em versos recheados de luta, sofrimento, determinação, compromisso e amor pelo Acre caminhar para o seu último ato.

Eu quero estar presente.